Os Outros Legítimos Superiores, 1970, 1ª ed.

«Processa-se, nesta tarde, a escolha do cidadão do ano. São muitos os vendedores: escritores que souberam elevar a literatura a cumes imprevistos, industriais que encheram de esperança os seus concidadãos, falando de amplo progresso e de riqueza assegurada. No edifício branco, de cúpulas doiradas, construído sobre a colina que se ergue a meio da cidade, será feita a escolha e depois a coroação, um edifício importante, onde se fazem leis e tratados, com escadarias largas, onde é distinto apanhar vento fresco pela tardinha, as pessoas sobem e descem, os amplos fatos enfunados como velas, as mulheres ondulam os pescoços como cisnes e os homens param um pouco para se perguntarem coisas urgentes.»