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Juan Genovés (1930-2020) viveu a Guerra Civil Espanhola quando era ainda uma criança dotada de um grande sentido de observação, uma capacidade que lhe permitiu ter consciência de tudo o que se estava a passar ao seu redor, apesar da sua tenra idade. As mudanças radicais que agitaram a sua infância estão na origem desse medo que, como confessou, o acompanhou ao longo da vida e que o converteu num artista comprometido capaz de revelar realidades silenciadas. Esse medo é, por vezes, acompanhado de outro elemento-chave para compreender o trabalho do artista: a solidão. Albert Camus afirmava que, "para a maioria dos homens a guerra representa o fim da solidão. Para mim significa uma solidão infinita". É precisamente essa solidão infinita que o pintor retrata nas suas obras, e mesmo que preencha a tela com personagens que poderiam sugerir a imagem de uma multidão de seres humanos unidos, se aproximarmos o olhar vamos constatar que a realidade que sobressai é a de que são conduzidos em silêncio por um individualismo e uma solidão assustadores, uma situação que infelizmente permanece muito atual.