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Esta é a história de uma personagem real, João de Sá, mais conhecida pela alcunha de Panasco. João de Sá foi um escravo nascido no Congo, que entra em Portugal pelas mãos do conde de Tarouca, D. João de Meneses, passa pelas cavalariças de D. Jorge de Lencastre, o duque de Aveiro, e torna-se escravo do príncipe D. João, mais tarde rei D. João III, que não o dispensava à sua mesa, pois era um excelente Repentista.
Através de mofas e chistes, Panasco tornou-se famoso e é recordado em vários Anedotários da época. É também o único caso conhecido, na História de Portugal, de um escravo que se tornou moço-fidalgo e depois cavaleiro da própria Ordem de Santiago, uma das mais prestigiadas ordens de cavalaria da Europa, cuja ingressão era bastante seletiva e se limitava à alta nobreza.
Acompanhou o infante D. Luís e o imperador Carlos V na batalha de Túnis, onde se destacou como "valente guerreiro". Mas não levou uma vida fácil, pois, apesar do elevado estatuto de fidalgo e homem da corte que privava com o rei, foi sempre alvo de escárnio por ser negro e ter sido escravo, combinação que se confundia.