A câmara, a escrita e a coisa dita

"Dezoito dos cinquenta e um avulsos juntos aqui foram produzidos entre 1982 e 1994 e publicados, já reunidos, no ano de 1987, em Luanda, num volume que cede agora o título à presente edição. Os restantes foram produzidos desde então até 2005. São, na sua maioria, intervenções orais de que resultou registo escrito (duas delas inseridas já também numa colectânea temática publicada igualmente em Luanda, Os Kuvale na História, nas Guerras e nas Crises, 2002) e a que acrescentei, por se reportarem a matérias afins, crónicas, artigos e extractos de outros trabalhos meus (O Camarada e a Câmara, 1980, Ana a Manda, Os filhos da Rede, 1989 e Aviso à Navegação..., 1997)."

Ruy Duarte de Carvalho nasceu em Santarém, em 1941, mas cresceu no Namibe. Foi poeta, antropólogo, escritor e cineasta. Participou na luta pela libertação de Angola, e tornou-se cidadão deste país a partir do momento em que passou a haver cidadania angolana. Além de ser regente agrícola e criador de ovelhas, estudou cinema em Londres e doutorou-se na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, em Paris, em Antropologia Social e Etnologia. Publicou Lavra (poesia reunida) e ainda, entre outros, Vou Lá Visitar Pastores, As Paisagens Propícias, Desmedida e A Terceira Metade. Morreu em Swakopmund, em 2010.