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Na Lisboa do século XXI, José Filemom Marques, dono de uma loja de computadores antigos, recebe a visita de um americano com os gestos e a pose de Morgan Freeman. A estranha proposta que este lhe faz leva-o numa série de viagens entre a Europa e a América, e que vem a desembocar na pitoresca cidade da Horta, nos Açores, onde dormem agora os últimos sinais do grande vulcão.
Oitenta anos antes, o tio Hansi Abke integrara a elite de telegrafistas alemães, ingleses e americanos que, na ilha do Faial, se empenhavam em pôr o mundo em contacto, vivendo em harmonia (e em festa) em plena II Guerra Mundial. No mar em frente emergiam os periscópios de Hitler; dezenas de navios britânicos eram afundados todos os meses; os aviões de Roosevelt demoravam a chegar. Já em terra, as crianças inglesas continuavam a frequentar a escola alemã, dividindo as carteiras com meninos adornados de suásticas.
As famílias juntavam-se para piqueniques e bailes de jazz. Os hidroaviões da Pan American faziam desembarcar músicos e estrelas de cinema, estadistas e campeões de boxe. Viviam-se as mais arrebatadoras histórias de amor - inclusive essa que separara Hansi e o amigo inglês, o belo e vigoroso Roy Groves...
Mas quem foi Hansi Abke? Que sombra lança hoje sobre o destino de José Filemom Marques, o sobrinho criado no Brasil?
Um romance que vai de Lisboa a Nova Iorque, de Friburgo a Praga, de Bristol a Porto Alegre e às ilhas açorianas, onde todos são descobertos e ninguém pode ser apanhado. Um reencontro entre dois homens de tempos distintos, e que talvez tenham mais em comum do que aquilo que teriam gostariam de ter...
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CAPA DURA