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Em 1917, no dia 13 de maio, três crianças anunciaram ter visto Nossa Senhora nos campos agrestes de Fátima. O caso, que acontece tendo a Primeira Guerra Mundial como pano de fundo e em pleno conflito entre a recém-instaurada República e a Igreja, atingiu proporções inimagináveis. Será coincidência que a Igreja tenha tardado a abrir uma investigação ao caso e que, mesmo antes de o fazer, tenha começado a adquirir terrenos e a projetar para o local um grande santuário? Com duas das crianças mortas precocemente e a terceira encerrada num convento, a mensagem inicial da "Senhora" é alterada e o relato das "aparições" sofre adaptações. Apesar de tudo isto, o fenómeno cresceu, acarinhado e impulsionado pelo Estado Novo de António de Oliveira Salazar, e suportado pela fé de milhões de crentes nas aparições da Cova da Iria.
Cem anos depois, Fátima continua controversa. Esta obra, que parte de investigação baseada nos mais variados documentos da época e que recupera hipóteses nunca comprovadas pelos jornais da República que à data gritavam "farsa", levará o leitor a colocar uma incómoda pergunta: "Estarão os crentes a alimentar uma mentira cuidadosamente planeada?".