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A história deste 1º livro da colecção começa no primeiro dia de férias:
«Tirei a T-shirt que tinha riscas e, de repente, sinto a pele da Pilar encostada às minhas costas. Não podem imaginar a sensação que eu tive. (...) Ela tinha a mão esquerda pousada no meu ombro e com a direita fazia aqueles movimentos circulares nas minhas costas para espalhar o creme. Já mexer nas costas é bom. Claro que a minha experiência é só quando uso a escova do banho da minha mãe e já é de um tipo se passar. Agora, com as mãos da Pilar a mexerem de um lado para o outro e, de vez em quando, as maçãs dela a tocarem na minha pele, aqui e ali, para chegar melhor a todas as partes das minhas costas, é de subir pelas paredes. (...)
Lá fui e comprei o mesmo jornal que o meu pai costuma ler. Aquele jornal já me ia dar para o dia todo. Comprei pastilhas elásticas. Achei simpático fazer essa surpresa à Pilar. Hesitei nos sabores, sei lá do que é que ela gosta. Acabei por comprar com sabor a limão, sempre é fresco e as miúdas têm a mania de dizer que gostam 'porque é fresco'. Enfim, as miúdas têm lá o código delas e não é fácil percebê-las, por isso, eu vou com cuidado com a Pilar porque, de repente, uma pequena coisa pode estragar tudo. (...) É inacreditável! Está tudo bem, até está toda a gente a rir-se, mas por uma pequena doisa, de repente, as miúdas viram como o vento e ficam amuadas. (...) Nós, os rapazes - ou homens - não somos assim. Quando nos chateamos é porque a coisa é a sério. Não vamos com ninharias. Mas, enfim, para termos as miúdas é preciso aceitá-las um bocado como elas são.
Eu estava a pensar isto, mas sem saber muito bem o que estava a pensar. Eu acho que, às vezes, também sou contraditório e isso chateia-me, mas deve ser porque estou a tornar-me adulto.»