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Não será ainda novidade, neste livro, a tendência que a escrita de Uanhenga Xitu manifesta para explicações e os excursas etnográficos e antropológicos, demonstrando a desenvoltura com que o autor se movimenta por esses terrenos, além de evidenciar o compromisso entre a tradição e a modernidade que toda a obra uanhenguiana procura, de algo modo, resolver. Não é, porém, o facto de, pela primeira vez, este escritor penetrar no mundo da burguesia colonial de Angola, dando-nos conta duma certa vivência luandense dos anos ‘40 e ’50, explorando as suas contradições e o seu modo de relacionamento com a comunidade indígena e com os seus costumes. Esta viagem ao interior duma casa burguesa colonial leva o autor a passar pelo Amor de Perdição colhendo aí certos traços comportamentais em Mariana, que Camilo tão bem melodramatizou, para atribuí-los a Arlete. Novidade é também o aproveitamento da solidariedade estudantil e de um padre esclarecido no combate às barreiras étnicas e sociais que subjaziam à sociedade colonial angolana.