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Coleman Silk tem um segredo. Mas não se trata do segredo do caso que mantém, aos setenta e um anos, com uma mulher com metade da sua idade e um passado brutalmente devastado. Também não é o segredo do alegado racismo de Coleman, pretexto para a caça às bruxas desencadeada pela universidade e que lhe custou o emprego e, na sua opinião, lhe matou a mulher.
O segredo de Coleman foi guardado durante cinquenta anos: oculto da mulher, dos seus quatro filhos, dos seus colegas e dos seus amigos, incluindo o escritor Nathan Zuckerman, que - após a morte suspeita de Coleman, com a amante, num desastre de automóvel - resolve compreender como é que aquele homem eminente e íntegro, apreciado como educador durante quase toda a sua vida, forjou a sua identidade e como essa vida tão cuidadosamente controlada acabou por ser deslindada. Situado na América dos anos 90, onde princípios morais contraditórios e divergências ideológicas são trazidos à luz do dia através da denúncia pública e de rituais de purificação, A Mancha Humana completa a eloquente trilogia de Philip Roth sobre vidas americanas do pós-guerra tão tragicamente determinadas pelo destino da nação como pela «mácula humana» que marca de modo tão indelével a natureza do homem.
Estamos em 1998, ano em que a América é lançada num furor libidinoso pelo processo de impugnação de um presidente e numa pequena cidade de Nova Inglaterra decorre o último ano da vida de Coleman Silk, um professor compulsivamente reformado, aviltado e viúvo e cujo trágico desmascaramento se desenrola contra o pano de fundo das revelações sobre Clinton. Este romance pungente, avassalador e completamente absorvente não tem paralelo em nada do que Philip Roth jamais escreveu: é um magnífico sucessor da "Pastoral Americana" e "Casei com um Comunista".
Detalhes do livro:
Editora: Biblioteca Sábado, 2008; Tradução: Fernanda Pinto Rodrigues; Colecção: Biblioteca Sábado; med.: 14 x 21,5 cm; 279 pg.