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Só muito raramente nos é dado apreciar nas páginas de um primeiro romance a mesma luminosidade e o mesmo fulgor da escrita que Manju Kapur nos oferece em "Filhas Rebeldes", a obra que assinala a sua estreia literária. O halo poético que envolve a narrativa contrasta de forma agreste com o cenário sangrento e trágico em que ele se desenrola - O Punjab da década de 40 do último século, em plena época do movimento pela Independência e da Partição. A Índia está plenamente empenhada na luta pela liberdade e pela autonomia em relação ao domínio britânico é uma, é uma nação em busca da sua própria identidade. Virmati é uma jovem do Punjab que, à semelhança do seu próprio país, trava a mesma luta - pela emancipação relativamente a uma família tradicional e austera que não consegue imaginar outro futuro para a sua filha mais velha que não seja um casamento vantajoso. Mas Virmati aspira a uma vida livre, e rebela-se contra o seu destino. Apaixona-se ilicitamente por um homem casado, decide viver esse amor e condena, assim, toda a sua família à vergonha pública. O que Kapur nos traça neste livro belíssimo é o retrato poderoso e enternecedor de um país e de uma mulher à procura do seu lugar no mundo, e das vicissitudes e sofrimentos que acompanham, inevitavelmente, o grito pela liberdade.