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Há uma maneira absolutamente peculiar com que cada um reage à mesma doença, maneira que faz parte da biografia e da experiência pessoal do doente, do seu mundo de referências culturais e religiosas. Se, de um lado, é verdade que a doença pode conduzir à despersonalização do doente, do outro, também o doente pode personalizar a doença. Isto significa que cada um, na sua doença e na medida do que lhe é possível e graças à ajuda de quem eventualmente o assiste e acompanha, é chamado à responsabilidade de «dotar de sentido» o seu sofrimento. Ainda que o cristão não conheça nenhuma forma de ultrapassar a dor, ele pode fazer o percurso da doença, com Deus a seu lado. A escuridão que parece invadir-nos, no leito de dor, não é ausência de Deus, mas é a sua presença ocultada pela doença, pronta a revelar-se, como conforto, auxílio e consolo.