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Este livro é o tempo abolido. Marcado por uma escrita que se caracteriza pelo seu próprio movimento, percorrendo um trajecto e abrindo um território ao mesmo tempo que lhe faz o mapa, perdendo-se no tempo para ganhar espaço, como sentido, sem regresso ao ponto de partida, pois, para Manuel Cabral, regressar é estar sempre pronto para partir, numa escrita que é a procura, a própria viagem, a própria errância pelos "territórios do vinho". Notáveis são estas crónicas logo naquilo que representam de um género económico, contido e concentrado, eficaz e, sobretudo, intenso e denso, do vasto universo das narrativas. O Douro é vinho e vinha. Pode ser rio, pode ser terra. O vinho é a memória de todos, o condutor das gerações, nas suas consciências, nos seus sentimentos, nas suas emoções e reina, senhor da paisagem, naqueles socalcos que, de patamar em escalar, lhe deram magestosa forma e assombroso feitio. Manuel Cabral, intelectual e homem da cultura, doublé de gentelman - vinhateiro, de seu amador tornou-se seu amante. Mas quem não gosta de mais, não gosta bastante. Esta sua obra, mais do que o seu bilhete de identidade, é a sua imagem, o seu espelho, a estrela do norte que o conduz por entre bosquedos, vinhedos e enredos nos atalhos da vida e nos galhos da vinha." (prefácio de Miguel Veiga).