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«Mesmo sendo um gestor dotado, Zeinal Bava caiu na tentação; mesmo sendo um banqueiro experiente, Ricardo Salgado pensou que era impune e destruiu um império com 150 anos; mesmo sabendo das consequências, muitos políticos agem em função dos seus próprios interesses. Isto tem um nome: irresponsabilidade.» (…) Ricardo Salgado perdeu o pudor e atirou-me: «Se for preciso falar com a administração, falo». Contestei: «Mas o director da revista sou eu. Eu é que decido o que sai, ou não». Resposta (pronta): «Oh filho, o grupo (Media Capital) deve 600 mil contos (cerca de 3 milhões de euros) ao BES. Se tiver de utilizar isso para não publicarem nada, é o que farei».
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O episódio mais grave ter-se-á passado há uns meses numa conversa entre Ricardo Salgado e o actual governador do Banco de Portugal. Como as coisas não estavam a correr bem, Salgado terá dito «já sobrevivi a vários governadores», dando a entender que poderia haver consequências para carreira de Carlos Costa.
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Será que Zeinal Bava procurou, na aliança com Ricardo Salgado, a forma de chegar rapidamente ao topo da PT, dando em troca o apoio da empresa às empresas do grupo Espírito Santo? Se assim foi, como é que um gestor inteligente e com diversas valências cometeu um erro desta envergadura?
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Ferreira Leite e Bagão Félix parecem ter sido atacados por amnésia aguda: criticam medidas que sabem ser inevitáveis. Hoje sabemos que o Presidente da República partilha com eles a amargura de ter sido atingido pelo corte de pensões (com a agravante de ele ter optado por ser pensionista em vez de receber o ordenado de Presidente).»