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Ser comissário de bordo não é fácil, mas comandante de aviões comerciais ainda menos. José Correia Guedes passou metade da sua vida a pilotar aviões. E aconteceu-lhe um pouco de tudo. À cabeça dos infortúnios, viu o avião que co-pilotava ser sequestrado - estávamos em 1980, Sá Carneiro era o então primeiro-ministro e a RTP o único canal de televisão.
Houve outros problemas, claro. Aterradores para quem viaja de avião, mas quase corriqueiros para quem os pilota - desde o trem de aterragem encravado até "passageiros" clandestinos, passando por… partos improvisados a dez mil metros de altitude. E houve momentos gloriosos. Como o primeiro e único desfile de moda feito em pleno ar. Ou o voo dos campeões, que trouxe para Portugal um Mourinho vitorioso, com a taça da Liga dos Campões debaixo do braço.
O autor recorda-nos as suas muitas aventuras, que começaram nos tempos (ainda) dourados da aviação comercial, quando voar era um luxo, e Nova Iorque quase tão remota como a Lua. De então para cá houve o atentado às Torres Gémeas, nasceram as lowcost, o mundo ficou mais pequeno - e as ex-colónias, para onde o Comandante tantas vezes voou, ficaram estranhamente mais longe, ou pelo menos na memória.
Em O Aviador redescobrimos um Portugal em mudança, nas histórias ora divertidas, ora nostálgicas, de quem viu o nosso País lá de cima. E é um mundo à parte, onde o medo de voar ainda afecta muita gente. Este livro passa também por aí, mostrar aos leitores que não há nada a temer: o comandante tem tudo sob controlo.