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Hillela, uma jovem branca sul-africana, foi criada pelas tias maternas. A sua mãe deixou tudo e partiu com um dançarino português, era ela ainda um bebé. O seu pai, vendedor ambulante, tinha a sua própria vida para viver. A protagonista cresceu no seio da família da sua tia Pauline, activista pelos direitos dos negros. No entanto, não a interessavam os problemas sociais do seu país, sendo antes uma rapariga insubordinada e indomável.
Ainda assim, a sua rebeldia sem causa acaba por empurra-la para os meandros da luta contra o apartheid. Afastada da família, Hillela vê-se forçada a entrar no universo clandestino dessa luta, até que é exilada, dando início a um périplo que a fará percorrer a Europa, os EUA e vários países africanos em revolta, em nome da liberdade, da justiça e da vingança...
Quanto comecei a ler esta obra, estava muito longe de imaginar o seu enredo, e mais longe ainda de adivinhar o estilo da autora. A protagonista é uma personagem bastante inconstante, característica que, por si só, não é negativa; contudo, foi-me difícil compreende-la e compreender as suas acções. Pensando bem, talvez este seja o grande mistério da obra: perceber quais são as motivações de Hillela.
Esta espécie de biografia está estrutura como se o narrador (bastante crítico e com os seus inúmeros apartes que tornam a leitura confusa e um pouco monótona) se tivesse baseado em certos rumores, entrevistas e alguma investigação, e por isso nada é certo. Depois de uma grande e, muitas vezes, desinteressante narração, pouco sei sobre a identidade daquela mulher, para além da sua sexualidade magnetizante.