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Cansado de a ver desocupada, o tio da narradora arranja-lhe um emprego num banco para trabalhar com uma avaliadora de obras de arte. E, contra todas as expectativas, o ofício torna-se absolutamente fascinante, não só pelas incríveis descobertas que faz sobre falsificações, mas sobretudo pelas histórias secretas que a chefe acaba por lhe contar, uma das quais é a do Hotel Melancólico, onde viviam artistas que copiavam quadros para ganhar a vida e por onde passou a misteriosa Negra, figura central deste romance, que falsificava sobretudo a obra de Mariette Lydis, a pintora a quem a alta-sociedade de Buenos Aires encomendava os retratos.
Um belo dia, porém, a chefe estranhamente não aparece para trabalhar e o mais certo é que lhe tenha acontecido algo de grave; mas, se assim for, como será possível continuar a viver sem saber o fim de todas aquelas histórias que ficaram a meio?
Depois do internacionalmente aplaudido O Nervo Ótico, este Hotel Melancólico é, de novo, um romance sobre a relação turbulenta entre a arte e a vida, mas também sobre o engano e a manipulação, sobre a realidade e a ficção, sobre o vivido e o contado; uma narração sinuosa, enigmática e envolvente em que as personagens reais parecem de ficção e o contrário também é verdade.