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Condenada a um quotidiano de horários rígidos e tarefas a cumprir, Cordélia desvenda-nos o que a levou, a ela e às companheiras de reclusão, a serem privadas de liberdade.
A vida de Lili (nome por que Cordélia era carinhosamente tratada na infância) foi marcada sobretudo por uma grande ingenuidade, pela crueldade alheia e pelas injustiças: o desprezo da mãe, a morte prematura do pai e de uma avó que sempre a amparou, o amor não correspondido, o oportunismo da prima, a deficiência física que a faz coxear quase toda a vida, as tramas que a levam à prisão e a sua dificuldade em aceitar a pena por um crime que não cometeu.
Mas ela, apesar de todo o sofrimento com que se confronta, acaba fazendo o bem, mesmo estando na miséria e infeliz.
Profundamente trágica, esta é uma história sobre a solidão, a miséria e a injustiça que acompanham a vida de Cordélia, mas é também um relato de perseverança e da resiliência de quem, como nos melhores romances de cordel, só queria um final feliz.