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Quando aquele médico voltou da Rússia, onde estivera como prisioneiro de guerra, algo quase inexplicável aconteceu: um homem que não falava de si, que não tinha outro desejo senão o de voltar à sua profissão, via, de repente, o seu nome pronunciado por toda a gente.
A notícia chegara à Alemanha há já algum tempo e rapidamente se espalhara: um médico que se havia sacrificado pelos seus companheiros dos campos de concentração, um homem de quem jamais se ouvira falar, estava agora de regresso à pátria...
Através do relato das suas incríveis operações, ajudou milhares de outros homens, desconhecidos, que se recompuseram moral e espiritualmente ante o exemplo que lhes era dado, reencontrando a fé e a esperança necessárias para suportar as privações e a solidão na longínqua Rússia. E o exemplo serviu tanto os necessitados como outros médicos, que se sentiram estimulados a seguir o mesmo caminho de abnegação e devoção ao próximo.
O horror da guerra, a vastidão da estepe russa, o silêncio da morte, tais são os temas dominantes de O Médico de Estalinegrado que mereceu de um prisioneiro o seguinte comentário: "Para nós, que estivemos em Karaganda, na Sibéria Central, este é o melhor livro até hoje escrito sobre prisioneiros de guerra."