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"Uma muito atraente e ousada experiência entre a ficção e o ensaio"
Por encomenda do seu editor, um famoso escritor sul-africano radicado em Sydney, na Austrália, escreve um livro com as suas opiniões sobre os temas mais quentes do nosso tempo. Como já não é capaz de digitar os seus próprios textos, o velho escritor contrata uma vizinha, a jovem e sedutora filipina Anya, para transcrever as fitas onde grava as suas polémicas reflexões.
Diário de Um Mau Ano entrelaça esse «livro dentro do livro»com os relatos íntimos, na primeira pessoa, de Anyae do próprio escritor. O pessoal e o universal iluminam-se reciprocamente, colocando em evidência a dificuldade de comunicação entre a tradicional cultura humanista do velho autor e a energia irreverente da jovem dactilógrafa. Entretanto, Alan, o ganancioso namorado de Anya, troça de tudo aquilo em que o escritor acredita e conspira contra ele.
Comprovando mais uma vez o seu domínio sobre várias vozes, géneros e registos narrativos, Coetzee discute ao mesmo tempo o mundo contemporâneo e a sua representação no imaginário e na literatura.
CRÍTICAS DE IMPRENSA
«Escrito e construído como uma partitura musical, Diário de Um Mau Ano vai entrelaçando os seus vários níveis, sobretudo através dos comentários de Anya às reflexões do escritor, numa espécie de contraponto esperançoso ao desencanto que adivinhamos de Coetzee (e que a personagem de Alan parece existir para confirmar). Com grande mestria, o Nobel sul-africano mostra-se mais uma vez capaz de nos dar a ouvir diferentes timbres de voz e, se alguma desafinada, a dele: “Precisa-se: Guru idoso. Deve ter uma vida inteira de experiência, palavras sábias para todas as ocasiões. Condição de preferência uma longa barba branca.” Porque não hei-de tentar a minha sorte? (…). Não me tornei propriamente uma celebridade como romancista; vejamos se me celebrizam como guru.” Dispensado o guru e concordando-se ou não com (todas) as “ideias fortes” expressas em Diário de Um Mau Ano, certo é que se trata de um romance que merece celebração.»
Ana Cristina Leonardo, Expresso
Delicioso
Juliana
"Diário de um mau ano" é mais uma obra de Coetzee que surpreende. Por diversas ocasiões levou-me a rir até às lágrimas. É uma leitura muito interessante. A relação do Senhor C. com a sua datilografa é muito bonita. Gostei. Vale a pena.
PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 2003
O escritor sul-africano, de origem boer, John Maxwell Coetzee nasceu na Cidade do Cabo, onde viveu grande parte da sua vida, residindo atualmente em Adelaide, Austrália, para onde foi depois da polémica que se seguiu à publicação de A Desgraça (1999).
Autor de vários livros (romances e ensaios), a maior parte deles traduzidos em português (entre eles A Vida e o Tempo de Michael K., com o qual recebeu pela primeira vez o Booker Prize, em 1983, À Espera dos Bárbaros, A Ilha, A Idade do Ferro, A Desgraça, Booker Prize em 1999, ou o ensaio Vidas dos Animais), é também professor de Literatura. Um dos maiores romancistas da língua inglesa dos nossos dias, já quando o Nobel foi atribuído em 1991 à também sul-africana Nadine Gordimer, muitas vozes se levantaram defendendo que deveria ser Coetzee já nessa altura a recebê-lo.
A sua escrita (com influências de Dostoievski, sobretudo na forma de encarar a culpa, e Kafka) é de uma grande radicalidade. A Academia, ao atribuir-lhe o prémio, realçou: "Ao mesmo tempo [Coetzee] é um cético escrupuloso, implacável na sua crítica ao racionalismo cruel e à moral de cosmética da sociedade ocidental."
Muito reservado, não gosta das luzes da fama e dá raramente entrevistas. Não compareceu na cerimónia de entrega do Booker em 1999 (já tinha feito o mesmo em 83), tendo preferido ficar em Chicago onde estava a dar aulas por uma semana.
"Justificada e merecida a atribuição do prémio Nobel da Literatura a J.M. Coetzee. É um grande escritor, com uma postura ética desassombrada."
José Saramago, citado pelo Comércio do Porto, 3 Out. 2003
"Foi uma belíssima notícia e a escolha foi justíssima, pois Coetzee é um grande escritor, que ultrapassa largamente as fronteiras da África do Sul e do próprio continente africano. [...] A obra de Coetzee fala [...] dos interesses do homem, na sua universalidade."
José Eduardo Agualusa, citado pelo Comércio do Porto, 3 Out. 2003