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Maria Lucília Moita nasceu em Alcanena em 1928. Considerada uma das últimas herdeiras dos grandes pintores naturalistas portugueses, como Silva Porto e Henrique Pousão, morreu aos 82 anos em Abrantes, onde residia.
Embora longe dos grandes centros artísticos e culturais, teve meios para criar uma carreira artística, tornando-se numa personalidade cultural contemporânea e uma das pintoras mais conhecida e premiada.
Abrantes foi a sua terra de acolhimento, aqui residindo desde 1954. Abria as portas do seu ateliê a grupos escolares, como um serviço educativo à comunidade local e uma ação pedagógica inestimável. «A pintura para mim não é um passatempo, é uma exigência.», costumava dizer.
Fez a primeira exposição individual na Sociedade de Belas Artes, em Lisboa, em 1958.
Está representada em coleções particulares nacionais e estrangeiras e ainda em museus como o do Chiado, Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Museu José Malhoa, Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves, Museu de Setúbal e outros.
Muitos foram os escritores e críticos a debruçar-se sobre a sua obra.
Doou uma grande parte do seu espólio ao município de Abrantes, do qual fazem parte quadros a óleo, um vasto conjunto de desenhos e diversa documentação que enquadra a sua vida e obra, peças e material que integrarão o núcleo de pintura com o seu nome, a instalar no futuro Museu Ibérico de Arqueologia e Arte.
Ao longo de mais de cinquenta anos de obra artística dedicou-se também episodicamente à escrita e é pena que não o tenha feito mais, pois revela também aí, uma personalidade fascinante, sob a sua camada visível de serenidade e simplicidade, numa busca constante de «metamorfose interior» que, no dizer de Fernando António Baptista Pereira, correspondia a «uma aspiração intrínseca à libertação dos constrangimentos impostos», resultando naquilo a que este chamou «uma poética da inquietude».