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[759 páginas]
Talvez por culpa da mãe, Cândida Patrício, o jovem Manoel Caroça fez-se um sonhador. A pesada e granítica cidade da Guarda já não lhe bastava, nem o vale rochoso onde o pai imperava. Ambicionava mais do que aquela terra e os seus frutos, queria conhecer mundo. E o mundo era Lisboa, era Paris, eram as Colónias onde enriqueciam os portugueses…
O Bisavô é a história de Manoel Caroça, bisavô da autora. É ele o elo que une três gerações de uma família poderosa, que a partir da Guarda conquistou Portugal. O percurso do milionário confunde-se com o de um país em convulsão, abalado pela queda da monarquia, a eclosão da Grande Guerra, a tuberculose e a pneumónica, a grande depressão. E, numa época quem que se fizeram e desfizeram grandes impérios financeiros, vemos como os antepassados da autora marcaram os rumos do país.
Da sobrevivência ao esplendor, da espionagem à intriga nos palácios da família, dos amores improváveis aos casamentos contrariados, do riso às lágrimas, esta é a saga inédita de um espírito rebelde - rigorosamente reconstruída graças às memórias, ainda vívidas de uma descendência vasta, bem como às cartas e documentos desenterrados dos baús de família.
Ironicamente, ao escrever a sua obra mais íntima e pessoal até à data, a autora de Marquesa de Alorna oferece-nos o seu mais conseguido fresco do nosso país - esta família é o retrato de Portugal.