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Arménio Vieira, poeta caboverdeano, natural da Praia, foi um dos elementos dinamizadores do grupo que criou Sèló, suplemento literário do Notícias de Cabo Verde (1962). Jornalista, desenvolve actividade crítica e na sua geração desempenha um papel fundamental de reflexão sobre a modernidade literária. Segundo Fernando J. B. Martinho, a imagem do “poeta” que se desenha na obra do autor “muito tem a ver com toda uma tradição cultivada nos últimos séculos – a tradição do poeta inconformista, rebelde, irreverente, louco, e, enfim, maldito”. Postura que lhe vale, nas palavras do poeta caboverdeano Jorge Carlos Fonseca, a designação de “Irreverente, indomável espadachim da sorte e da morte, poeta de vento sem tempo”. Em 1990, estreia-se na ficção com O Eleito do Sol, livro que inaugura novas vertentes temáticas e formais no panorama da prosa caboverdeana. Uma vez mais, Arménio Vieira instaura um discurso transgressor em relação aos poderes instituídos, realizando uma estranha e surreal alegoria onde a figura de um escriba egípcio atravessa os trilhos do tempo em demanda crítica do onirismo mais vital. Beleza e crueldade, saber e poder, ambição e despojamento, na encruzilhada pícara e maravilhosa de O Eleito do Sol, a permanência de princípios e valores intemporais.