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Ninguém pense que o nosso protagonista, lá por ter recebido na pia o nome de Feliciano, reforçado pelo sobrenome de Boaventura, foi um homem feliz. Pelo contrário, foi a mais infeliz das criaturas, a quem tudo de mal aconteceu na sua existência breve, desde o berço até à cova. Seria caso para dizermos que o nome da personagem é tragicamente irónico — se não soubéssemos que é antes um inofensivo divertimento do autor.
Feliciano é em primeiro lugar a história das mil desventuras de um homem malfadado, que aos poucos o vão levando à loucura e à morte. É também o retrato de uma vila do interior, com as suas figuras típicas e os seus tiques, e do seu confronto com os novos tempos que desembocam no 25 de Abril. E é ainda uma reflexão sobre o mistério da sorte e do azar.