O Banqueiro Anarquista

Num jantar entre amigos, um respeitável banqueiro revela uma surpreendente afirmação: ele considera-se um verdadeiro anarquista. Intrigado, o interlocutor pede explicações, dando início a um intenso e provocador diálogo. Ao longo da conversa, o banqueiro utiliza argumentos racionais e lógicos para justificar a sua visão de anarquismo, defendendo que só alcançou a liberdade total ao enriquecer dentro do próprio sistema capitalista — ao contrário de combatê-lo de forma coletiva, como fazem os movimentos revolucionários.

Com ironia e profundidade filosófica, Fernando Pessoa desconstrói ideias feitas sobre ideologia, liberdade e coerência moral, apresentando um personagem cujos argumentos revelam as contradições tanto do pensamento burguês quanto dos ideais anarquistas.