Homens (Deste Mundo)

A palavra poesia significa na sua raiz grega, criação, fabrico, produção. Um dos aspectos que mais me cativa na poesia é que para além de ser fruto de um trabalho criativo, permite ao leitor ser co-criador, isto é, a partir da sua leitura somos levados, através da reflexão e da critividade, a criar os nossos próprios cenários e a pensar mais aprofundadamente sobre os temas apresentados, alguns mais presentes no nosso dia-a-dia, outros menos.

A leitura do "Homens (deste mundo)" teve em mim esse efeito de estimular a reflexão e gostei muito da sua leitura.

Gostei sobretudo da capacidade do autor em tratar temas tão díspares como os aqui apresentados e da forma como o fez, simples mas com uma profundidade, por vezes, muito forte.

O realismo, algumas vezes, cru como do caso de "Estrelas Cadentes", "Homens de Sobra" ou " O Homem que não nasceu"; o convite à mudança em "Renasçamos" ou em "Poema alado"; e o estímulo ao inconformismo e a acção que a leitura de "Ainda podemos" induz, tornam, como diz o autor, a leitura deste livro uma aventura que vale a pena ter.

Esta abrangência temática da obra só poderia ser feita por uma pessoa que tivesse uma experiência de vida abrangente, como é o caso do Mestre Sérgio Fonseca.

Conheço o Mestre Sérgio Fonseca desde há alguns anos da actividade académica e do mundo da formação profissional. Guardo desde o início, o extremo rigor, profissionalismo e entusiamo com que encara a sua vida profissional, tendo tido resultados francamente interessantes na sua intervenção ao longo dos vários projectos em que esteve envolvido.

Fiquei surpreendido ao saber que uma pessoa que tinha uma carreira técnica tão intensa, tinha também uma actividade como a poesia. Fica clara que a sua experiência como militar e a sua vivência académica, conferiram ao Mestre Sérgio Fonseca um conhecimento de vida e do relacionamento humano muito próprios e que se reflectem em muitos dos textos aqui escritos.

Espero sinceramente que este seja o primeiro de muitos livros de poesia do Mestre Sérgio Fonseca, e desejo-lhe muito sucesso na sua vida profissional e, agora também, literária.