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Como é longo o caminho percorrido desde a tota mulier in utero (toda mulher está no útero) dos antigos, da submissão da mulher ao homem, do eterno feminino dos psicólogos e romancistas, até sua emancipação atual! Uma moça, pode, hoje em dia, graças ao estudo e ao trabalho, orientar livremente o seu destino e escolher, no momento próprio, aquele que será o companheiro de sua vida. A mulher, agora, pode procriar à sua vontade e dar a luz sem dor; no plano social, não é isto o mesmo que tornar-se um ser igual ao homem em todas as profissões e todos os domínios? A despeito dessa transformação, a mulher continua condicionada por leis psicológicas e, quando insurgir-se contra algumas servidões que lhe são impostas pelo seu sexo, corre, algumas vezes, ao encontro de desordens psicológicas e de decepções morais. O homem e a mulher estão, portanto, englobados por leis gerais inevitáveis, que comportam, para cada sexo, uma maneira de viver à qual nenhuma vontade pode subtrair. É por isso que a mulher permanece para o homem um ser misterioso, incompreensível. Depois da tomada de consciência da humanidade, a mulher é um "enigma" - ela propõe mesmo muito mais enigmas - e milhares de obras que lhe foram consagradas não esgotaram o assunto, nem resolveram o problema. Sem dúvida porque somente, ou quase somente, os homens se dedicaram a esse estudo e ficaram confundidos perante as reações femininas, que são, antes de mais nada, reações emocionais, enquanto as suas provêm, essencialmente, da razão.