Este livro está na lista de favoritos de 4 utilizadores.
Nesta análise empolgante e profunda, Fukuyama apresenta elementos que sugerem a presença de duas poderosas forças na história humana. A uma chama «a lógica da ciência moderna», a outra «a luta pelo reconhecimento». A primeira impele o homem a preencher o horizonte cada vez mais vasto de desejos através do processo económico racional; a segunda é, de acordo com Fukuyama (e Hegel), nada menos do que o próprio «motor da história».
Segundo a tese brilhantemente defendida pelo autor, estas duas vertentes conduziriam, ao longo dos tempos, ao eventual colapso de ditaduras de direita e de esquerda, como temos vindo a testemunhar, impelindo as sociedades, mesmo as culturalmente distintas, para a democracia capitalista liberal, vista como o estádio final do processo histórico. A questão principal surge então: será que a liberdade e a igualdade, tanto política como económica - o estado de coisas no presumível «fim da história» -, podem criar uma sociedade estável na qual o homem se sinta finalmente satisfeito? Ou será que a condição espiritual deste «último homem», privado de saídas para materializar a sua ânsia de poder, inevitavelmente o conduzirá, a ele e ao mundo, ao regresso ao caos e ao derramamento de sangue?
A resposta de Fukuyama é, simultaneamente, uma fascinante lição de filosofia da história e uma investigação que nos desafia irresistivelmente a reflectir sobre a questão suprema do sentido e do destino da sociedade e do homem.