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«Neste ensaio de livro proponho-me esquissar a caricatura rocambolesca, sociologicamente falando, desta porção do istmo ai que estamos istmados! Não com a sisudez derrotista do Oliveira Martins, que: «A História de Portugal consiste numa série de quadros em que, na máxima parte das vezes, os caracteres dos homens, os seus actos, os motivos imediatos que os determinam e as condições e modo por que se realizam, merecem antes a nossa reprovação que o nosso aplauso». Com bom humor. E sirvo-me das duas fontes nacionais: o Bandarra, sapateiro de Trancoso, trovador da alma popular, e o São Cipriano, o do livro temeroso. Por isso, o livrito tem dois andamentos: a prosa propriamente dita e o entremês, este com intento de intercalar réstias de algum sol português num assunto grave que a todos diz respeito – a desumanização das nossas vidas por grosso e a retalho. O sapateiro é o presságio, a intuição; o bruxo a mezinha, os pós, a reza. Com estes ingredientes tanto pode sair uma história com uma fumarada: a culpa não é toda minha, são as incongruências da própria história.» in Prefácio.