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Não é verdade que uma família seja um presépio. E que todas as pessoas que a componham nos liguem uns aos outros com ternura. E nos abracem, com força e com calor. E nos tirem o ar desse jeito gostoso. E não é verdade que apareçam quando menos as esperamos. E digam «gosto de ti!», num fôlego, sem estarmos preparados. E que sejam justas. Mas parciais.
Eu acho que as famílias nos fazem, muitas vezes, muito infelizes. E - pior - há famílias que nos tornam desfelizes, que é assim uma forma de não sermos nem felizes nem infelizes, mas somente «assim-assim».
Na verdade, uma família serve para nos sentirmos acompanhados por dentro, adivinhados quando nos sentimos misteriosos e arrebatados sempre que estamos sonolentos. E ensina-nos que perdoar é esquecer sem dar por isso.
Do que gostava - mesmo! - é que a família fosse, simplesmente, um sindicato da bondade.