Os hormónios da dignidade ou a ultrapassagem da menopausa

Poucas vezes pudemos sentir que lançamos a público uma obra de tão grande riqueza conteudística e tão cheia de propostas válidas para que algo mude em campos tão importantes como o da saúde pública e da assistência à terceira idade, justamente à sua parte mais numerosa e mais atingida pelas chamadas doenças da senescência — as mulheres.

Na verdade a mulher moderna tem ainda 20 a 30 anos de longevidade mínima após a menopausa. Essa longevidade minima faz elevar a 315 milhões o número de mulheres em climatério simultâneo em todo o mundo.

Este número, bem como a esperança média de vida, não permitem o desinteresse, a falta de conhecimentos e a rejeição que as mulheres sofrem com a menopausa e que constituem, em si mesmos, uma negligência contrária à dignidade humana.

Da vigilância médica e da prevenção da menopausa dependem a conservação ou a degenerescência, o equilíbrio ou a desordem, a salubridade ou a doença, a validez ou a incapacidade da segunda metade da vida feminina.

Tudo o que diz respeito à sexualidade feminina tem sido pesadamente afectado pelo contexto mítico, moral, religioso, social, político e económico que sempre acompanham a função de reprodução e continua a conferir-lhe uma espécie de prioridade irracional, cega, absoluta, que a sociedade parece incapaz de ultrapassar.

A presente obra não poderá ficar à margem de qualquer programa ou tentativa de educação sexual porque:

— Expõe em linguagem que poderia ser a de uma simples obra de divulgação, informação rigorosamente científica sobre as hormonas e a fisiologia feminina em geral.
— Aponta no sentido de que todos os grupos sociais, coadjuvados pela ciência, concedam mais tempo, inteligência e meios a esta segunda metade da vida das mulheres tão negligenciada até agora e tão subestimada enquanto força produtiva, funcional e autónoma.
— Introduz novos juízos de valor sobre a gestão do mundo do trabalho e sobre a planificação da vida feminina em função da duração da existência após a idade razoável das últimas maternidades, que hoje raramente ultrapassa os 30 anos.

Por tudo isto é uma obra que aconselhamos, primeiro e sobretudo, às mulheres de todas as idades. Mas também aos políticos, aos gestores da saúde pública, aos médicos, aos agentes do ensino e aos sindicalistas.

O EDITOR