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“Estamos no meio da humanidade”, dizem os Araweté. Habitamos a terra, este patamar intermediário entre os dois céus e o mundo subterrâneo, povoados pelos deuses que se exilaram no começo dos tempos.
Os Araweté dizem viver agora “na beira da terra”, depois de sucessivos deslocamentos sempre em fuga diante de inimigos mais poderosos. Em 1976, eles saíram da floresta para pacificar os brancos na beira do rio Xingu e foram então “descobertos” pelos regionais, pelos funcionários do governo, pela imprensa, pelos missionários e pelos antropólogos. Este livro é uma síntese, em texto e ensaio fotográfico, de uma pesquisa antropológica, conduzida por Eduardo Viveiros de Castro, sobre o povo tupi da Amazónia. Eduardo Viveiros de Castro voltou aos Araweté em 1991/92, depois de concluir a sua investigação para a tese de doutoramento, que se transformou num marco da etnologia brasileira.
O modo de vida, a visão do mundo, a história, a situação actual e os desafios para o futuro dos Araweté são tratados pelo autor de maneira competente e directa, numa leitura acessível a um público não especializado, através de uma escrita extremamente límpida.
O Povo do Ipixuna é o primeiro livro de uma colecção, organizada por Joaquim Pais de Brito, resultando da colaboração entre o Museu Nacional de Etnologia de Lisboa e antropólogos americanistas brasileiros, na exposição “Os índios, nós”, inaugurada em Dezembro de 2000 no Museu de Etnologia. A série envolve textos inéditos e reedita publicações de difícil acesso ao público português. O valor dos textos escolhidos e o cuidado gráfico da colecção oferecido pela editora Assírio e Alvim, fazem com que tenha singular interesse e utilidade, não só para a antropologia como para um público mais vasto.