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Edição Biblioteca de Editores Independentes de 2007
Tradução do russo de Nina e Filipe Guerra
Capa com ligeiro dano
Pelo tom agreste, pelas cores sombrias até à repulsa, pela tensão quase raivosa das situações e da linguagem despojada dos floreios elegantes com que muitas traduções insistem em ornamentar os textos deste autor, Cadernos do Subterrâneo é puro Dostoiévski.
Publicado em 1864 numa revista, este livro já prefigura as obras ditas maiores do autor, sendo, por isso, considerado um texto fundamental para a compreensão da sua obra. O livro tem duas partes: a primeira é um longo e violento monólogo (os Cadernos), em que o protagonista humilhado se humilha ainda mais, até à degradação; a segunda coloca o herói em ação, ilustrando o confronto do seu ego fragilizado com as franjas da sociedade que vai encontrando.
O “guincho ignóbil” (como disse Górki) a que desceu este herói é também a voz - embora aguda e repulsiva - que atravessa toda a obra de Dostoiévski: a da afirmação do direito da liberdade do indivíduo, sejam quais forem os contornos que assuma.