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Edição Frenesi de 2000
Tradução e notas de Hélder Moura Pereira
Eis uma escolha sobre a escolha epistolográfica que Gilbert Lely revelou nos anos 50-60. É uma fala do transgressor, Donatien Alphonse François, marquês de Sade, contra o tirano (e depois, após a Revolução, também contra a tirania popularizada). Mais apropriadamente: uma chacota. E não foi por entrar na sóbria Pléiade («L’enfer sur papier bible», anunciava o editor) que se lhe escamoteou a razão e o fel!
Cartas da prisão, por vezes duplas na escrita, aberta, a tinta preta, e fechada a sumo de limão, para logro dos censores. Concentrámo-la, a escolha, nalguns excepcionais momentos em que Sade, sem subterfúgios, altivez laminar, afronta uma sociedade que faz lei dos salamaleques e do embiocado enquanto vai remetendo servos e insolentes para o degredo nas colónias ou para a segura distância nos calabouços.