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Edição Estampa de 1998
Tradução de Ana da Silva
Jovem casadoira, esposa e mãe, amante e solteirona: os vários estados da mulher tornados familiares pela literatura ocidental e pela experiência da vida.
Todavia, a leitura de qualquer uma das 250 obras, clássicas ou mais confidenciais, do século XVIII aos nossos dias - romances, novelas, contos, peças de teatro e filmes - reserva-nos uma grande surpresa. A ficção não se limita à reflexão sobre a realidade histórica e as suas lentas evoluções; a partir do número pouco significativo, embora estável, dos estados devidamente estruturados, regidos por leis precisas e definidos pelo modo de subsistência económica e disponibilidade sexual, ela revela um estado particular: “o complexo da segunda”.
Este estado, que não se observa de igual modo na vida comum, é o equivalente feminino e romanesco do complexo de Édipo: De que maneira a amante toma o lugar da esposa? De que maneira a segunda mulher substitui a primeira? Em qualquer caso, inspira a ficção, nobre e sentimental, de Charlotte Brontë a Georges Ohnet, de Honoré de Balzac a Marguerite Duras, de Thomas Hardy a Delly, de Henry James a Daphné du Maurier.
É assim, nas suas estruturas, que uma antropóloga observa a identidade feminina através dos romances da cultura ocidental.