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Edição Assírio & Alvim de 1981
Tradução de Brigitte Cardoso e Cunha, Ana Paula dos Santos, Graça Lamas e Graça Lapa
O texto “A Família” tem o mérito de abrir uma quantidade de questões prementes para o nosso agora e de polemizar outras. É magistral na explicitação dos seus conceitos de base nomeadamente as noções de família e de cultura, a distinção entre complexo e instinto assim como conceitos mais especificamente psicanalíticos.
É de realçar o modo como ressitua o desenvolvimento individual na espécie humana, tornando a sua compreensão necessária a qualquer entendimento do individuo ou da sociedade, ou ainda a impossibilidade que nos cria de voltar a pensar em recalcamento desligado de repressão (física e económica), em lei de desejo desligada de lei positiva, em indivíduo desligado de cultura, em normalidade desligado de normatividade.
Sem fazer psicanalismo, ou seja, identificar o comportamento das sociedades ao dos indivíduos, ou explicar aquelas por estes; limitando-se ao seu campo, ou seja, os mecanismos que do pequeno ser pós-parido por mãe humana fazem um cidadão, Lacan dá-nos com este texto uma base larga e segura a partir da qual não podemos deixar de ser profundamente materialistas ou, empregando uma expressão de raiz lacaniana, profundamente realistas.