Fotografia e Narcismo: O Auto-Retrato Contemporâneo

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Fotografia e Narcismo: O Auto-Retrato Contemporâneo
Autor(a)
Margarida Medeiros
Editora
Assírio & Alvim
Género Literário
Não ficção
Sinopse

Edição Assírio & Alvim de 2000

Margarida Medeiros avança para um determinado número de problemas essenciais: em primeiro lugar, a especificidade da questão do retrato, que Jean-Luc Nancy expõe de um modo decisivo e conciso em “Le Regard du Portrait”: “o objecto do retrato é em sentido estrito o sujeito absoluto: desligado de tudo o que não é ele, retirado de qualquer exterioridade”, na medida em que “um quadro se organiza em torno de uma figura e esta é em si mesma o fim da representação, com exclusão de quaisquer outra cenas ou relações, de qualquer outro valor ou móbil de representação, evocação ou significação”.

Em segundo lugar, temos a diferença entre o retrato pictórico e o retrato fotográfico, que Margarida Medeiros sintetiza em páginas essenciais: embora, como mostra Aaron Scharf em “Art and Photography”, pintura e fotografia tenham convenções de representação que são idênticas e partilhem o mesmo dispositivo mimético em termos composicionais e estilísticos”, há diferenças fundamentais entre o retrato pintado e o retrato fotografado. Uma tem a ver com a questão do tempo (a pintura corresponderia a uma temporalidade muito mais dilatada), embora neste plano a evolução técnica da fotografia permita estabelecer etapas completamente diferentes; outra diz respeito ao problema da “evidência do real” que a fotografia ilusoriamente transporta, o que não pode deixar de lhe atribuir um estatuto de “índice”: ela é um vestígio de algo “que esteve ali”.

Todos estes elementos convergem na fotografia para um vínculo profundo com a realidade que irá reforçar a componente mimética. Só que na história da “mímesis” existe um ponto de viragem nuclear (que ao mesmo tempo obriga a uma releitura da sua própria história e vai matizar este ideia de viragem), que é aquele em que se torna perceptível a distinção entre uma “mímesis” onde uma representação se prende verticalmente a um real que a fundamenta, e uma mímesis onde horizontalmente tudo contamina tudo num processo interminável de inter-representações.
Eduardo Prado Coelho

Idioma
Português
Preço
15.00€
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joaorebelo

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