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O Igitur de Stéphane Mallarmé é uma meditação onírica feita em silêncio e com serena determinação. É uma iniciação nas regiões mais solitárias da alma humana, uma área despersonalizada onde o Nada se torna Algo, o Vazio é transformado na Criação.
Igitur desenrola-se numa área circunscrita: uma sala, uma escada e um túmulo. Não há escapatória: nem janela, nem céu. A atmosfera é fechada, limitada, sufocante, constrangida. Apenas um caminho está aberto: descer pelos corredores do tempo para entrar em contato com a raça primordial de poetas de quem o espírito criativo moderno ganha sustento.
Mallarmé descreveu seus meandros interiores ao escrever Igitur como uma espécie de morte. "Acabei de passar um ano terrível: o meu pensamento pensou, e alcancei a pura concepção. O que o meu ser sofreu durante esta longa agonia não é relacionável, mas, felizmente, estou perfeitamente morto, e a região mais impura onde minha mente pode aventurar-se é a eternidade do meu Espírito."