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Edição Antígona de 1992
Tradução de Francis Jude Rosário Duarte
Prefácio de José Duarte
Billie teve mais que uma voz. Como todos nós. Os do jazz, os da música, preferem-lhe a mais antiga, a menos suja, onde a originalidade e o cantar solto estão presentes, embora já amargurados. Veio-lhe depois a voz da vida ainda mais dura com a qual entoava, pouco cantava. É a sua fase mais popular. E quem é que sabe porque é que as pessoas gostam mais de recitações sofridas, de trauteadas recusas ao mundo dominante, à maneira de viver que elas praticam e ela recusava, autêntica, como só os intemporais sabem, afundando-se dolorosamente?
Billie, filha do jazz daqueles tempos. Leiam-lhe a história, mas oiçam-lhe a música.
“Um dia decidi simplesmente que nunca faria nem diria senão o que me apetecesse. Nem «se faz favor, cavalheiro». Nem «obrigada, minha senhora». Nada. A não ser que o quisesse mesmo dizer. É necessário ser-se pobre e preto para saber o que custa tomar essa atitude.”