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Edição Cotovia de 1990
Tradução de Dimíter Ánguelov
Nesta vida e nesta bem-aventurança esteve Blanquerna até que as gentes daquela comarca fizeram grande devoção por aquelas virtudes do altar de Santa Trindade que se encontrava naquela capela. E pela devoção que nele tinham, vinham àquela capela homens e mulheres que perturbavam Blanquerna na sua oração e contemplação.
E para que as gentes não perdessem a devoção que tinham naquele lugar, hesitava em lhes dizer para não virem àquele lugar; e por isso Blanquerna mudou a sua cela para um monte que estava a uma milha de distância do lugar onde estava o diácono. E naquele lugar ele dormia e estava e não queria ir à igreja em nenhuma hora em que houvesse lá gente, nem queria que viesse nenhum homem ou mulher àquela cela para onde se tinha mudado.
Assim vivia e estava Blanquerna eremita, considerando que nunca estivera numa vida tão agradável e nunca tivera tanta disposição para exaltar a sua alma em Deus. Tão santa vida era aquela que Blanquerna vivia, que Deus o abençoava e encaminhava todos aqueles que tinham devoção pelas virtudes daquele lugar onde se encontrava a capela; e o papa e os cardeais e seus oficiais estavam melhor na graça de Deus pela santa vida de Blanquerna.
Ramon Llull [n. 1233 (?) - m. 1315 (?)]
Descendente de uma família nobre de Barcelona, frequentou a corte do Rei Jaime I de Aragão - Barcelona, que Barcelona, que abandonou para se dedicar à conversão dos Infiéis, percorrendo os países mediterrânicos e africanos, pregando em terras muçulmanas e expondo, perante papas e reis, as suas teorias e os seus projectos de reformas e de cruzadas.
Considerado como o criador da língua literária catalã, a sua obra abarca um conjunto de disciplinas muito diversas: teologia, mística, filosofia, ciência, romance, poesia, pedagogia e retórica.