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Natureza Morta retrata o ambiente colonial de Angola dos anos 40 do século passado através de Júlia, uma jovem professora que, abandonada pelo namorado, aceita casar por procuração e embarca para Angola, com destino a uma plantação da cana-de-açúcar dirigida por seu marido.
Livro de estreia de José-Augusto França na ficção, Natureza Morta aborda a escravidão negra, a insatisfação, a rebeldia, a frustração e submissão patente no conformismo das mulheres e nos temerosos criados negros.
«A África entrevista e mostrada por José- Augusto França é o lugar de uma descentragem dupla - daí o caráter especifico da aventura a que serve de cenário -, a do homem branco em relação a uma pátria convertida em nebulosa recordação e a do mesmo homem em relação ao africano que o cerca e que a sua mera presença humilha e desumaniza, mesmo se ele crê que está no meio dela para o civilizar e redimir.» Eduardo Lourenço
Autor de referência na área das artes visuais e da cultura em Portugal, entre as obras de José-Augusto França destacam-se os estudos sobre a arte em Portugal nos Séculos XIX e XX, as monografias sobre Amadeo de Souza-Cardoso e Almada Negreiros, além de outros volumes de ensaios de interpretação e reflexão histórica, sociológica e estética sobre problemas da arte contemporânea.
Na domínio da ficção, publicou um primeiro romance em 1949, Natureza Morta, seguindo-se, em 1958, um livro de contos.