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John Osborne - O Animador (The Entertainer)
Edição Delfos de 1962
Tradução de João Alves Falcato
Em O Animador, John Osborne ensaia uma crítica a Inglaterra — que considerava caduca e hipócrita — referindo-se à decadência do teatro musical e, em particular, dos Rice, uma família de artistas de variedades liderada pelo extravagante “animador” Archie Rice.
Esta é a segunda peça de Osborne, logo depois de ter tomado de assalto a cena londrina com Look Back in Anger, em 1956, aquela que viria a ser uma das peças mais impactantes do pós-guerra britânico.
O tom do texto é de uma nostalgia corrosiva por um tempo perdido e por uma ideia de país que se esfumou. Os ingleses do pós-guerra lamentavam o desaparecimento da noção de Império, de Inglaterra-Mãe, então perdida num mundo bipolarizado entre as superpotências dos Estados Unidos da América e da União Soviética. A decadência do musical, as tentativas de sobrevivência e o anacronismo poético da família Rice aparecem, assim, como um sinal da falência de um país e do seu património cultural.