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O Mistério da Légua da Póvoa é um romance de Agustina Bessa-Luís publicado originalmente sob a forma de folhetim, capítulo a capítulo, nas páginas do semanário Independente entre 2001 e 2002, sendo a sua 1ª edição em livro editada em 2004.
O folhetim, de que os intelectuais fizeram alvo de troça complacente e os académicos julgaram o vaudeuille das letras, foi género a que não faltou a nobreza do estilo e a fecundidade da imaginação. No Diário de Notícias foi publicado em 1870 O Mistério da Estrada de Cintra, trabalho a duas mãos, Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão. O meu amigo Freirão das Forças dizia que esse folhetim não tinha comparação com o que ele chamava O Mistério da Légua da Póvoa o caminho entre Póvoa e Vila do Conde que ele muito percorreu na irrequieta idade dos treze anos, quando ia com a família a banhos e explorava os lugares ventosos entre Caxinas e A-Ver-o-Mar, lugares que são ficheiro da juventude quando ela serve de brasão à triste realidade.
Trata-se da história de Maria Adelaide Coelho, filha de uma importante família de Lisboa, que inclui o pai, Eduardo Coelho, fundador do Diário de Notícias. Ao aperceber-se de que está a envelhecer, graças a um poema cómico que o marido lhe dedica, Maria Adelaide é atacada por aquilo que três grandes alienistas definem como “loucura lúcida”, e decide fugir com o seu motorista para a Serra das Gralheira, e levar uma vida de pobre, ignorando a fortuna de que é detentora. O marido é que não se fica, e acaba por perseguir a evadida mulher, internando-a no Hospital do Conde de Ferreira, de onde esta consegue escapar-se duas vezes.