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Edição Assírio & Alvim de 1997
Organização e tradução de Miguel Castro Henriques
Nesta colectânea de textos índios, que esperamos venha a ser um ponto de partida para que o leitor se sinta motivado a aprofundar o assunto, em primeiro lugar reunimos textos provindos da tradição oral de diversas tribos (Pequot, Nez Percé, Algonquinos, Tlingit, Sioux, Hopi e outros) e recolhidos no virar do séc. XIX e no dealbar do séc. XX por etnólogos americanos. Trata-se de textos que nos falam da Criação do Mundo. Estamos perante uma linguagem que não é certamente a das ciências exactas, antes a do Mito e das lendas, e como tal nos falam na linguagem da revelação: a simbólica. Contados aos jovens, em certos meses, (bem como aos doentes para promover a sua cura) estes mitos e lendas constituem também uma linguagem iniciática (e psicoterapêutica), a que promove o desenvolvimento do espírito em direcção da auto-realização, que inclui a compreensão e a assunção da identidade ou consciência colectiva, vital para a sobrevivência de cada tribo.
Reunimos depois um segundo grupo de textos: Oratória dos Indios. São constituídos por excertos de discursos notáveis proferidos por chefes ou veneráveis Indios e dizem respeito às confrontações e vermelhos e brancos. Para quem tem a ideia do Índio como sendo um reticente falador de ásperos monossílabos como «Ugh» constituirá uma surpresa ler estes discursos. Ainda hoje soam com a força das palavras inspiradas, com essa força de convicção que nos pode levar a uma nova tomada de consciência, em direcção a uma consciência colectiva, universal.
Num terceiro grupo de textos apresentamos pequenos ensaios de notáveis escritores Indios contemporâneos que nos fornecem pontos de vista originais para a compreensão do Indio Americano no passado, na sua historicidade e na actualidade.