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Edição Fim de Século de 2005
Tradução de Miguel Serras Pereira
Aquando do aparecimento de A Parte Maldita, em 1949, Georges Bataille revelou que trabalhava há dezoito anos na elaboração desta representação do mundo, de que A Noção de Despesa, publicada dezasseis anos antes, na revista La critique sociale, fora uma primeira aproximação.
Para Georges Bataille, A Parte Maldita abordava, "à margem das disciplinas particulares, um problema na esteira de todos os que põe cada disciplina que aborda o movimento da energia na terra - da física do globo à economia política, passando pela sociologia, a história e a biologia. Até mesmo o que pode ser dito da arte, da literatura, da poesia se liga fundamentalmente ao movimento da energia excedente, traduzido na efervescência da vida.
O sentido mais íntimo desta empresa é dado pelo facto de que esta ebulição do mundo, votada ao "abandono", ao "escoamento" e à "tempestade" é concebida à imagem da que não cessou de animar a vida do autor. Também A Parte Maldita ocupa um lugar central na obra de Georges Bataille.
Este é o livro que o autor designou, a vários de entre os seus amigos, como sendo o mais importante da sua obra. O único texto da sua autoria em que tentou construir uma exposição sistemática da sua visão do mundo.
A Noção de Despesa, texto denso e fulgurante, constitui o eixo da reflexão de Bataille sobre o mundo, sobre o homem no mundo. Tal como a moral de Bataille é assim propriamente um ‘virar do avesso’ da moral corrente, também as suas concepções económicas se apresentam como uma inversão do pensamento económico comum.