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Jonathan Browne e Mike Brady estudaram na mesma faculdade, mas a amizade entre eles começa apenas quando são chamados a cumprir o serviço militar - período que virão a recordar como o mais aborrecido, inútil e extenuante das suas vidas. Mas enquanto Jonatban se adapta facilmente às regras instituídas, Mike persiste em lutar contra o sistema, e acabará por pagar caro a sua rebeldia.
Jonathan, o narrador, recorda-nos através de flashbacks as dificuldades que defrontou quando a sua vida normal de estudante universitário foi perturbada pelo ingresso no desumano mundo militar, onde as suas qualidades - inteligência, juízo crítico e cultura - se transformaram em defeitos. Ele detesta a vulgaridade do ambiente de caserna e o tempo perdido a engraxar botas e a desempenhar toda a parafernália de convenções militares quando, no seu íntimo, preferia ocupar-se das suas leituras. Mas, face a uma realidade que não pode mudar, adapta-se e, no final, acabará por aceitar o emprego e a patente que a princípio recusara veementemente.
Mike, um devotado católico irlandês, reage a tudo isto de forma passional e bem menos astuta. Revoltado com o tratamento a que são sujeitos alguns dos seus camaradas menos resistentes, decide encetar uma vingança. E o seu alvo ultrapassará o âmbito militar para focar a própria Inglaterra. Jonathan, que entretanto lbe 'roubara a namorada, acaba por, involuntariamente, denunciá-lo às autoridades.
escrevendo a negro o seu futuro.
Divertido, e por vezes amargo, Soldados à Força é um retrato vivido do exército. Lodge, que gosta particularmente de descrever a forma como o individuo é afetado pela pertença a grandes organizações - tal como a Igreja Católica ou a Universidade - consegue, nesta obra, atingir uma autenticidade extrema na forma como retrata a vida militar: a linguagem utilizada entre militares, o tédio, as exigências físicas. a mistura de horror, farsa e arbitrariedade, tudo isto é evocado de forma brilhante pela pena de um dos mais aclamados escritores britânicos do nosso tempo.