Aforismos

Jorge Luis Borges considera que "Wilde é daqueles bem-aventurados que pode prescindir da aprovação da crítica e ainda, às vezes, da aprovação do leitor, pois o agrado que nos proporciona seu trato é irresistível e constante".

Em público, Wilde oferecia um tal espetáculo de ditos espirituosos e paradoxais, que o poeta Yeats disse que ele dava a impressão de tê-los preparado de antemão. De fato, amava os paradoxos. Correspondiam bem ao seu jogo expressivo, próprio para contrapor verdades estabelecidas e deixá-las pender no fio de sentenças bem elaboradas. Ele próprio o insinua: "Nada é assim tão absolutamente patético quanto um paradoxo de verdadeira beleza. O jogo de palavras é um clow entre as brincadeiras, o paradoxo bem eleaborado é o comediante perfeito ..." E em outro: "Os paradoxos funcionam da mesma maneira que a verdade. Para testar a realidade, é preciso vê-la sobre a corda esticada. Quando as verdade se tornam acrobatas, podemos julgá-las".

O conjunto dos aforismos aqui publicados dá uma idéia do pensamento e do espírito de Wilde. Esta edição foi ainda enriquecida com o texto de James Joyce sobre Oscar Wilde e, a título de complementação, apresenta também o texto de um dos interrogatórios no processo em que ele foi indiciado e posteriormente condenado por homessexualismo.