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«(…) Dizia Sophia com alguma tristeza que o que lia era uma literatura como que esvaziada, exaurida do seu cerne, porque as histórias não lhe faziam sentido porque estas tinham forçosamente de revelar o real, contrariamente às tendências dos novos escritores do seu tempo que explicavam em demasia e estorvavam a narrativa.
O escritor, segundo Sophia, não tinha de produzir teorias mas devia preferir prestar mais atenção às coisas visíveis, às pessoas concretas. Por isso todas as suas histórias começam na precisa memória dos lugares, dos rostos das gentes e nas coisas acontecidas.
Penso, hoje que passaram muitos anos, que era o seu segredo para captar o essencial e descartar o supérfluo e que foi esse o grande legado que me deixou semeado no espírito, nos idos nos anos setenta do século passado.
Recordo-a também como poeta, mas sobretudo como autora de livros para crianças e jovens, que apenas exerceu enquanto os seus próprios filhos foram crianças e jovens. (…)»