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O romance Os Fidalgos da Casa Mourisca corporiza este filão ideológico e romântico do autor através de uma crónica de aldeia construída numa lógica maniqueísta e desenvolvendo-se num cenário idilicamente campestre. Dois mundos contrapõem-se: de um lado o solar aristocrata e decadente de D. Luís, do outro a próspera herdade de Tomé da Póvoa, antigo empregado daquele, símbolo da nova burguesia rural em ascensão. A salvação da propriedade decorrerá da abertura de Jorge, filho de D. Luís, ao valor burguês do trabalho e às novas ideias de gestão rural de Tomé, contrapostas às ideias passadistas de Frei Januário, conselheiro do pai, mas também à interferência das forças da Providência veiculadas por personagens excecionais, por vezes quase angelicais.
A aliança final obtida através do casamento de Jorge e Berta, a filha de Tomé a quem a recente fortuna do pai permitira a educação, consubstancia o ideal de fundir, numa espécie de nova aristocracia, o trabalho, a riqueza, a ilustração e a nobreza.
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