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O momento de publicação deste livro é particularmente sensível. As razões são conhecidas. Os debates em curso já permitiram verificar que não se trata apenas de emoção passageira ou de excesso de exposição devida à notoriedade de alguns. Emoção e excesso são verdadeiros, mas, passados esses, ficarão problemas de fundo por resolver. É o que acontece por vezes: certas crises de superfície, eventualmente efémeras, têm o condão de revelar os aspectos mais essenciais, em profundidade, das actividades humanas e das estruturas sociais. Como se verá nas tão ricas páginas de Interrogações à Justiça, a reflexão sobre o quotidiano espectacular e actual dos processos judiciais mais notórios remete imediatamente para questões sérias do nosso ordenamento jurídico, dos padrões constitucionais do poder judicial e para as tradições jurídicas portuguesas. E será dessa maneira, a de nunca esquecer os verdadeiros problemas e as dimensões históricas e de longo prazo, que nos poderemos, todos, cidadãos comuns, preparar para compreender aquilo a que alguns chamam "a crise da justiça".
Interrogações à Justiça é uma soma de testemunhos do mais alto valor e de rara qualidade. Mais: é um excepcional contributo para um "Livro branco da justiça portuguesa" que as entidades competentes ou mais adequadas se têm recusado mandar fazer.
António Barreto