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Publicado em 1992 pela independente Black Sun Editores, Exílio de Caim é o livro de poemas de João Paulo Monteiro (Ângelo Novo), integrado na coleção de poesia “the impossible papers”, hoje praticamente desaparecida das livrarias.
A obra reúne textos escritos ao longo da juventude do autor e “engloba O Ídolo da Juventude”, funcionando como súmula poética da sua intensa e traumática experiência estudantil em Coimbra.
Em versos longos, meditativos e por vezes narrativos, Monteiro revisita o mito bíblico de Caim para falar de exílio, culpa e revolta numa Europa em fim de século. A cidade universitária surge como cenário de aprendizagem e desencanto, onde a política, a memória coletiva e a exploração capitalista se cruzam com o quotidiano dos cafés, das casas arrendadas e das noites de estudo. O tom é simultaneamente confessional e crítico, fazendo deste livro uma peça singular da poesia portuguesa dos anos 80/90, na fronteira entre a lírica intimista e a literatura de intervenção.
Nascido em 1961 na Beira (Moçambique) e radicado em Portugal, João Paulo Monteiro – mais conhecido como Ângelo Novo – é jurista de formação, poeta, ensaísta marxista e editor da revista eletrónica O Comuneiro, onde mantém há anos um espaço de reflexão anticapitalista em língua portuguesa. É ainda autor do volume de ensaios O estranho caso da morte de Karl Marx e de outras colaborações em ficção e poesia.
Esta primeira edição de Exílio de Caim teve uma tiragem de apenas 300 exemplares, facto assinalado na nota de edição, e é hoje considerada um título raro, muito procurado por bibliófilos e leitores de poesia de culto.
O exemplar em venda encontra-se em bom estado de conservação, com miolo limpo e uma dedicatória manuscrita pelo autor – um detalhe que acrescenta valor afetivo e colecionista. Para quem se interessa por poesia portuguesa contemporânea, pela história dos movimentos estudantis e pela crítica radical ao nosso tempo, esta é uma oportunidade pouco comum de adquirir um livro quase impossível de encontrar, saído da enigmática coleção “the impossible papers”.
- Encadernação: capa mole
- Ano: 1992
- Páginas: 59
- Dimensões: 20 x 12,5 cm